quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Eu e Você

- Eu e Ela.
- e o resto?
- o resto é o resto...
- mas acordei e Ela não estava ao lado...
- sim, mas sem dúvidas Ela estava nos seus sonhos...
- (...)

--
S.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

hoje = sempre


fazia tempo que não te escrevia, ou melhor, não me inscrevia em você,
essas atividades de caráter sublimatório às quais me (com)prometi, tangentes da impossibilidade, da infinitude e da inesgotabilidade, têm me sugado...
mas nessa sua última estadia em meu leito, tive um segundo de sossego.
e pedi pro mundo parar quando você estava deitada. tive vontade de transpor nossa (i)rrealidade à ficção e te dizer:



- my great love, can I treat your body like the pages of my lifebook?




e quando aquele instante evanescente se decompôs, decidi te escrever algo mais ou menos assim:



"não canso de te olhar, de admirar a sua beleza. parece-me irreal até agora...
e num suspiro lapidado em carne, ponho-me a te comtemplar.
tenho seu hálito e sua essência aqui, nas minhas mãos. como se pudesse tocar.
e a textura da sua pele parece vir a escorregar quando você está comigo.
me faz escorregar com a correnteza quente desse río, rumo a um êxtase inédito.
e todas as experiências, causos e casas já vividas e exploradas por mim, me parecem tão distante,
perto DISSO.

você me tem aos seu pés, nas suas mãos, meu amor.
e quando te tenho em cima, em baixo, aberta/fechada, num 69 (bem escrito)
de um avesso ao outro...
você me faz escorregar a um êxtase inédito até aqui.
para além do que as palavras, signos ou símbolos podem tocar.
se hoje eu te amo, te vivo,
sobretudo, te agradeço...
por me fazer sentir viva,
por me fazer vivenciar ISSO."

--
S.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

acordou de manhã.
bebeu água.
bebeu café amargo.
lembrou-se que ainda era uma princesa decadente.
recordou-se que vivia de romance.
correnteza violenta.
bem assim, tipo sangue.
olhava para o céu.
e se questionava bobagens existenciais.
mas no meio daquelas interrogações, havia uma.
uma que não parava de lhe circular:
"(...) afinal de contas e dos contos,
o que é ser uma Mulher?"

domingo, 6 de julho de 2008

de madrugada como un río
















quando acordei de madrugada e vi que você não estava mais no nosso leito.
um vazio me cortou da garganta ao estômago.
confesso que quase me comportei como as outras.
e te liguei de madrugada.
só para escutar sua voz (vós) de sono e de humor abaixo da média...
no entanto, ainda em devaneio, me recordei que soy un río.
e agora corro pelas suas veias e artérias.
por cada articulação. e alimento cada célula do seu organismo.
então, venho a me contentar com emaranhados simbólicos e imaginários.
ou melhor,
unas imagens erigidas na minha mente e alguns gemidos cravados nesta pele.
me masturbei.
vendo você erguida sobre o meu corpo.
para cima e para baixo.
os olhos de castanha se revirando.
uma boca cor-carne-crua inflando.
seus braços e mãos constituindo um peculiar tom sobre tom com os lençóis.
seu sexo latejando e escorrendo de encontro ao meu
(...)
então: boom!
escorreram algumas gotas de gozo e lágrimas.
assim, pude, finalmente, adormecer.
--
S.

26/06/2008

segunda-feira, 2 de junho de 2008

I'm a high school lover

quinta-feira, 29 de maio de 2008

"é uma fantasia que se fixa à cadeia de significantes, acarretando a repetição em série. Essa, é, por execelência, inconsciente, e por isso, o Eu não tem a ela acesso. O que causa um absoluto sofrimento ao sujeito, e claro, também produz um gozo. Tal fantasia refere-se a um desejo primário incestuoso, interditado pela Cultura " (SANTIAGO, 2008)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

[ la sexualidad está más para la muerte que para la vida ]
"La sexualidad no es solo la libido"
a devastação no Feminino inexorável



(entre o objeto "a" e divisão que me barra)

domingo, 27 de abril de 2008

objeto meu

a transmissão me emite alguns sinais.
(por onde ir)
mas a arrogância dos transmissores me prorroga.
[e nada sai]

a degradação humana me agrada.

e hoje, só não me agrada a falta que minha florida me faz.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Enganai-me Sempre Assim



"No mundo há poucos seres tão libertinos quanto o cardeal de..., do qual, considerando-se que ainda seja homem saudável e vigoroso, permiti-me guardar o nome em segredo. Sua eminência tem um acordo feito em Roma com uma dessas mulheres cuja profissão oficiosa é fornecer aos devassos objetos necessários ao alimento de suas paixões; todas as manhãs ela leva até ele uma jovem de no máximo treze a catorze anos, a qual monsenhor só usufrui da maneira incoveniente com que os italianos não raro se deliciam, de modo que a vestal, saindo das mãos de Sua Grandeza tão virgem quanto antes, possa, uma segunda vez, ser vendida como nova a algum libertino mais decente. A matrona, totalmente a par da máximas do cardeal, não encontrando certo dia, a seu alcance, o objeto cotidiano o qual era obrigação sua fornecer, imaginou travestir como uma menina um belíssimo menino do coro da igreja do chefe dos apóstolos; colocaram-lhe uma peruca, uma touca, saiotes, e todo o aparato falso que se devia impor ao santo homem de Deus. todavia, não se lhe pôde conferir o que realmente ter-lhe-ia assegurado semelhança total com o sexo que ele imitava; mas essa circunstância muito pouco embaraçava a alcoviteira...
- Ele não pôs as mãos lá nestes dias, - dizia àquela dentre suas companheiras que a ajudava na trapaça - ele só visitará, com toda a certeza, o que assemelha essa criança a todas as meninas do universo; assim, nada devemos temer...

A mãezinha se equivocara; decerto ignorava que um cardeal italiano era homem de tato muito delicado, a gosto apurado o bastante para se enganar em semelhantes coisas; chega a vítima, o grande padre a imola, mas ao estremecer pela terceira vez:

- Per Dio santo, - exclama o homem de Deus - sono ingannato, queto bambino è ragazzo, mai non fu putana!

E ele verifica... Contudo, nada acontecendo de muito embaraçoso para um habitante da santa cidade nesse lance aventuroso, sua eminência prossegue, dizendo, talvez, como esse camponês a quem se serviu trufas como batatas: Enganai-me sempre assim. Mas quando a operação terminou:

- Senhora, - diz ele à aia - não vos censuro por vossa confusão.

- Monsenhor, desculpai-me.

- Como vos disse, não vos censuro, mas quando isso acontecer-vos de novo, não deixai de advertir-me, porque... o que eu não vir no primeiro momento, verei neste aqui."



*Marquês de Sade

segunda-feira, 7 de abril de 2008

ob (stante) - sessão

tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum

é o dia inteiro e não para compulsão que vem debaixo vem de lá de baixo vem de dentro e daqui debaixo ai dos pobres mortais falando em morte por onde andaria maria? está faltando alguma coisa nos meus rabiscos e não as consigo captar e nem pescar e o dia todo é

tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum

agora é lá em cima me persegue como será que se procede? diante da dolorida situação acondicional que condiciona o ser humano falando em ser humano por onde andaria maria? está sobrando alguma coisa nos meus grifos não as consigo desmanchar ou apagar e enquanto isso vem

tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum

agora é aqui atrás como é que faz? como que faz para fazer o que já foi feito e refeito? não consigo é em demaseio estreita a esteira nela sobra estética e falta estática

sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim

mas sem veracidade em inércia a propósito a entropia e a entalpia entraram em colapso e fuderam o que se chamava de homeostase interna não dá não dá não dá lá no portão está me esperando um tal de sadismo como como como como como eu queria que ele viesse em forma de masoquismo [porque sabe-se agora que ambos são duas faces da mesma moeda] desejo os masoquistas franceses para tomarmos chá com tâmaras de padecente em padecente mas tudo tudo tudo tudo que nada tenho por agora é um chá das cinco {em ponto} assim como fazem os sádicos ingleses e claro sem cessar o

tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum

quinta-feira, 3 de abril de 2008

por Giselle Galvão:

"Então é isso.

Então é assim.

Você se esquece e eu esqueço de mim."



por hoje é só isso (TUDO) , pessoal!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Léxico acéfalo:

se não explico mediante simbologias e significados.
Me implico em sentir o que é significante,
para aquilo que não há palavras.

domingo, 30 de março de 2008

Nico and her missed Velvet Underground said:



Here she comes,
you better watch your step
She's going to break your heart in 2,
it's true

Its not hard to realize
Just look into her false colored eyes
She builds you up to just put you down,

what a clown

cause everybody knows
(she's a femme fatale)
The things she does to please
(she's a femme fatale)
She's just a little tease
(shes a femme fatale)

See the way she walks
Hear the way she talks

You're written in her book
You're number 37,
have a look
She's going to smile to make you frown,
what a clown

Little boy, she's from the street
Before you start, you're already beat
She's gonna play you for a fool, yes it's true

cause everybody knows
(she's a femme fatale)
The things she does to please
(she's a femme fatale)
She's just a little tease
(she's a femme fatale)
See the way she walks
Hear the way she talks...

sexta-feira, 28 de março de 2008

(...)
tudo bem...
mas não use a minha arrogância.
para disfarçar
a SUA ignorância.

sexta-feira, 21 de março de 2008



babe, when you are here
I fell home sweet home again
doesn't matter when
doesn't matter where
you live inside me
you are one of the best parts oh my hole life
and when I hear you talkin'
and when I watch you smilin'
and when I listen you speechin'
and when I fell you holdin' me tight

my life returns to be a kindergarten...
"porque amo en tí algo más que tú, te mutilo"

quinta-feira, 20 de março de 2008

assim, sem paladar.

enquanto isso no campo do Real,
no terceiro tempo do ensino...
nada acontece.
nem um discurso.

quarta-feira, 19 de março de 2008

co(m)clusão

concluo que todas as conclusões sobre o ser humano são idênticas dicotômicas ambíguas rasgadas dizem tudo que dizem sendo que sempre é a mesma coisa num borrão de tinta numa pena de escrever sem consentimento ou melhor comsentimento porque no final é mesma coisa.

a mentira.

projeto que não sai do papel que não sai da ilusão não sabe-se o que queres projetar nem plantar ora vem a literatura que tende a dor e a morte ora vem a inspiração estruturalista positivista quando se precisa de uma vem a outra portanto não sabe-se o que se falar se no final a essecência por excelência é a mesma.

o silêncio.

terça-feira, 18 de março de 2008

não te sustenta!


quero chorar sobre a minha cova rasa
quero rezar sobre a minha cova funda
a-funda.
naufraguei onde, quando repousei naquele banco?
mas para quê?
um monte de círculos girando...
palavra.
pa-la-vra.
não me livra mais.
não como antes.

(me entrelaça e me acorrenta numa jaula)

mas... afinal,
onde é que você mora?
quero te levar para casa.
quero conhecer seus entes e sonhos
para roubar todos, antes de te abandonar.

não vejo mais métrica neste vômito.
logo você que costumava ser tão simétrica.
via em cada reflexo d'água seu rosto
seus olhos amarelados e se sentia tão segura
de tudo que você não fazia e não queria.

preferia contestar,
subir e descer a ladeira todos os dias.
gastar o dinheiro do leite dos seus filhos
em água ardente.

mas agora a festa acabou,
virou etanal
e NÃO há mais metáforas e metonímias que te sustentem.

krak!
I wanna be away from here.
I wanna be far away from here.

segunda-feira, 17 de março de 2008

play what (???????????????????????????)

foreign coin on a telephone box
a question mark on the calendar
(???????????????????????????)
an empty seat on the alpha line
a sorting code, an account number...

sexta-feira, 14 de março de 2008

o objeto perdido

não entendi muito bem como aconteceu.
vou contar do começo.

1-2-3-4-5-6-7-9 (...)

acho que foi na sexta casa decimal de baixo pra cima.
veio e veio.
e fizemos uma única conversa.
em círculos.
assim, como crianças brincam de ciranda...

cantamos:
"ciranda cirandinha vamos todos nos matar
vamos nos cortar ao meio
em pedaços vamos ficar"

era mais ou menos assim,
não era?

e alguns pedaços do objeto que dissecamos ficaram nos meu bolsos
(claro que não deixei os outros jogadores/dançarinos verem)
sempre trapassei com meus coleguinhas.

só que dessa vez eu cheguei em casa e estava sangrando.
não sei o que ocorreu no lugar da brincadeira.
mas agora falta algo em mim.


mais, ainda.
"o sintoma é o símbolo escrito na areia da carne e no véu de maia. Ele participa da linguagem pela ambiguidade semântica de sua contituição"

(Lacan 1968/9)

agente -> Outro -> produção// verdade

terça-feira, 11 de março de 2008

nunca nunca nunca nunca nunca.


a pulsão não é finda. num ser vivente. não acaba. só com a morte.
morte?que morte?
morte é aqui e agora.
e nunca nunca nunca nunca nunca.
me dê o que eu quero. porque o que eu quero não é Isso.
é aquilo.
a- qui - lo
que está perdido desde o meu desmame prematuro.

então agora. nessa noite disforme. estou eu de pernas abertas.
pode espancar. penetrar. não se esqueça de estrangular.
pois aqui há sim. um buraco sem fundo.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Bela Lugosi's Dead


White on white translucent black capes
Back on the rack
Bela Lugosi's dead
The bats have left the bell tower
The victims have been bled
Red velvet lines the black box
Bela Lugosi's dead
Undead undead undead
The virginal brides file past his tomb
Strewn with time's dead flowers
Bereft in deathly bloom
Alone in a darkened room
The count
Bela Logosi's dead
Undead undead undead