terça-feira, 14 de outubro de 2008

hoje = sempre


fazia tempo que não te escrevia, ou melhor, não me inscrevia em você,
essas atividades de caráter sublimatório às quais me (com)prometi, tangentes da impossibilidade, da infinitude e da inesgotabilidade, têm me sugado...
mas nessa sua última estadia em meu leito, tive um segundo de sossego.
e pedi pro mundo parar quando você estava deitada. tive vontade de transpor nossa (i)rrealidade à ficção e te dizer:



- my great love, can I treat your body like the pages of my lifebook?




e quando aquele instante evanescente se decompôs, decidi te escrever algo mais ou menos assim:



"não canso de te olhar, de admirar a sua beleza. parece-me irreal até agora...
e num suspiro lapidado em carne, ponho-me a te comtemplar.
tenho seu hálito e sua essência aqui, nas minhas mãos. como se pudesse tocar.
e a textura da sua pele parece vir a escorregar quando você está comigo.
me faz escorregar com a correnteza quente desse río, rumo a um êxtase inédito.
e todas as experiências, causos e casas já vividas e exploradas por mim, me parecem tão distante,
perto DISSO.

você me tem aos seu pés, nas suas mãos, meu amor.
e quando te tenho em cima, em baixo, aberta/fechada, num 69 (bem escrito)
de um avesso ao outro...
você me faz escorregar a um êxtase inédito até aqui.
para além do que as palavras, signos ou símbolos podem tocar.
se hoje eu te amo, te vivo,
sobretudo, te agradeço...
por me fazer sentir viva,
por me fazer vivenciar ISSO."

--
S.