sexta-feira, 18 de julho de 2008

acordou de manhã.
bebeu água.
bebeu café amargo.
lembrou-se que ainda era uma princesa decadente.
recordou-se que vivia de romance.
correnteza violenta.
bem assim, tipo sangue.
olhava para o céu.
e se questionava bobagens existenciais.
mas no meio daquelas interrogações, havia uma.
uma que não parava de lhe circular:
"(...) afinal de contas e dos contos,
o que é ser uma Mulher?"

domingo, 6 de julho de 2008

de madrugada como un río
















quando acordei de madrugada e vi que você não estava mais no nosso leito.
um vazio me cortou da garganta ao estômago.
confesso que quase me comportei como as outras.
e te liguei de madrugada.
só para escutar sua voz (vós) de sono e de humor abaixo da média...
no entanto, ainda em devaneio, me recordei que soy un río.
e agora corro pelas suas veias e artérias.
por cada articulação. e alimento cada célula do seu organismo.
então, venho a me contentar com emaranhados simbólicos e imaginários.
ou melhor,
unas imagens erigidas na minha mente e alguns gemidos cravados nesta pele.
me masturbei.
vendo você erguida sobre o meu corpo.
para cima e para baixo.
os olhos de castanha se revirando.
uma boca cor-carne-crua inflando.
seus braços e mãos constituindo um peculiar tom sobre tom com os lençóis.
seu sexo latejando e escorrendo de encontro ao meu
(...)
então: boom!
escorreram algumas gotas de gozo e lágrimas.
assim, pude, finalmente, adormecer.
--
S.

26/06/2008