terça-feira, 18 de março de 2008

não te sustenta!


quero chorar sobre a minha cova rasa
quero rezar sobre a minha cova funda
a-funda.
naufraguei onde, quando repousei naquele banco?
mas para quê?
um monte de círculos girando...
palavra.
pa-la-vra.
não me livra mais.
não como antes.

(me entrelaça e me acorrenta numa jaula)

mas... afinal,
onde é que você mora?
quero te levar para casa.
quero conhecer seus entes e sonhos
para roubar todos, antes de te abandonar.

não vejo mais métrica neste vômito.
logo você que costumava ser tão simétrica.
via em cada reflexo d'água seu rosto
seus olhos amarelados e se sentia tão segura
de tudo que você não fazia e não queria.

preferia contestar,
subir e descer a ladeira todos os dias.
gastar o dinheiro do leite dos seus filhos
em água ardente.

mas agora a festa acabou,
virou etanal
e NÃO há mais metáforas e metonímias que te sustentem.

krak!

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