quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ontem. hoje, sempre.


Ela andava de bicicleta e as palavras vinham se aglomerando umas nas outras. se amontoavam pela região do estômago, esôfago e miocárdio. Como frases soltas... ou seria fases soltas? Era uma orquestração de símbolos todos no mesmo tom e mesmo timbre. Porque com Isso ela já estava mais do que acostumada sempre repete repete repete...

[1/2 vertigem e 1/2 de medo de 1 medo daquele medo de novo. Porque sempre foi Assim.
repete repete repete. Entretanto, a métrica daqueles pensamentos já haviam passado do prazo de validade. ou melhor, o que seria válido ainda?]

A conjunção cósmica dos (des) encontros levou-a ao padecimento. Grave PATHOS. Ela imagina que sejam os nódulos de suas cordas vocais que levavam as palavras a ficarem engaioladas na garganta-buraco-negro.

Enquanto isso... seu AlterEgo ou Outro Eu andava numa rua estreita, onde a calçada era de veludo e o asfalto de água quente. Aquele Outro Eu pensava "seria Isso um rio ou uma rua?" Não dava para saber, pois o caminho se estreitava e logo não havia mais visibilidade.

Então, já é noite e o som das frases desconexas continuavam a ressoar. Na escuridão, porém, os sons formavam uma Grande Imago, o que lhe deixaria mais tranquila.

Apesar da Mudez, ainda tinha a Visão.

Nenhum comentário: