terça-feira, 14 de agosto de 2007

Abre a boca e fecha os olhos:



Se fosse uma serpente teria me mordido.

pelas costas.

às avessas...


Parece que chegou a bela estação.

Em que arrebentam as flores,

No meu peito.

Dos seios dela.

E arrebentam os novos ardores.


Busquei minha hermosa

Na sala, na cama e na cozinha...

"Fui ao jardim, meu bem, regar seus desejos e catar seus gemidos" - disse ela,

(com voz mais doce que açúcar)


[Talvez em lembrança minha, ela já estava lá, em algum lugar, ciclicamente estática]


"Pois bem", falei eu comigo, e completei:

"Volte logo, pois tenho surpresa, amor!"

e quando ela veio eu lhe entreguei um emaranhado de símbolos.


Ela com o olhar plácido que tem, buscava os signos.

Então, ela ergueu com o olhar, de senhorita da década de 50, que tem, um muro de silêncio


(...)


Naquela tarde úmida, que me escorria pelas pernas, constatei:


o amor

é a dor da supresa,

é intrínseco à alma,

é o tumor do deleite.


{e outra vez cai de joelhos diantes daqueles lábios}

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