Nessa visão apocalíptica e sombria.
Um céu como um pêndulo sobre a minha cabeça.
Um céu como um pêndulo ininterrupto.
De um lado ao outro, levando aquilo que estará eternamente pendente aqui dentro.
E o vento soprando em meus ouvidos, arrancando as minhas raízes como um tornado silencioso.
Dói. Dói muito. Escuto todos os choros, e sinto cada lágrima cair na minha pele. Não são minhas, mas são todas minhas... E releio aquelas cartas de A-Deus.
Envelhecer dói, mas estagnar é violentamente mais cruel. Então, deixemos isso queimar. As cartas serão todas queimadas. Amanhã.
E nesse oco firmamento que pisamos, sempre embaçado pelas horas...
O tique-taque do relógio, um barulho intermitente, como o estopim de uma bomba atômica, preste a explodir aqui dentro...
O barulho vem lá de fora... é o Tempo: Senhor de Todas as Coisas, Deus incontestável e escuro.
Ele traz um dia claro e óbvio, seguido de uma noite negra e negra. Será assim continuamente, mas nem sempre nessa ordem crono-lógica.
Olho para trás. Foi ontem. Foi outro dia. Outro ano. Outra era. Outra vida.
(que não parece não mais me pertencer).